Vila do Porto, Autonomous Region of Azores - Portugal
O "Forte de São João Baptista da Praia Formosa", oficialmente designado como "Prédio Militar n.º 1/Vila do Porto", também referido como "Castelo de São João Baptista" ou "Castelo da Praia", localiza-se no extremo oeste da praia Formosa, na freguesia da Almagreira, concelho de Vila do Porto, ilha de Santa Maria, na Região Autónoma dos Açores, em Portugal.
Em posição estratégica sobre este trecho da costa sul da ilha, constituiu-se em um forte destinado à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
Recentes campanhas de prospeção arqueológica desenvolvidas em seu recinto levantaram a possibilidade de constituir-se na mais antiga estrutura de fortificação no arquipélago, o que não é corroborado pelas fontes documentais. As estruturas defensivas mais antigas nos Açores são o Castelo de São Cristóvão (c. 1460) no Alto dos Moinhos, em Angra, na ilha Terceira; o Forte de São Brás (1551), sobre o Porto, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel; e o Forte de São Sebastião (1572), sobre o Porto de Pipas, em Angra.
História
A praia onde se localiza encontra-se referida no mapa do arquipélago dos Açores ("Açores Insulae"), de autoria de Luís Teixeira, datado de cerca de 1584, com o nome de "Plaia Hermosa". As toponímias deste mapa encontram-se em língua castelhana, uma vez que Portugal se encontrava sob o a União Ibérica (1580-1640) à época.
Do mesmo autor, o mapa "Descripçam da Ilha de Santa Maria”, de 1587, atualmente na Biblioteca Nazionale Centrale de Florença, assinala a “Paróquia da Figueira” (o que pode apontar a antiguidade da atual Ermida de Nossa Senhora dos Remédios) com 40 vizinhos, e a “Praia Fremosa”.
Foi por aqui que entraram os corsários Ingleses em 1599 e os Argelinos do assalto de junho de 1616, este último o mais danoso da história da ilha. (GUEDES, 1996:1) Desde 1599 solicitavam-se providências para a defesa:
“(…) e por ele [Capitão-mor da Milícia de Guerra Manuel de Sousa] foi dito aos ditos oficiais da Câmara que lhe parecia bem para guarda da terra quaso é quando houver rebates é de inimigos que queiram cometer a entrada da terra que houvesse cinquenta homens aventureiros, trinta arcabuzeiros e vinte piques para sempre estarem prestes e diligentes para qualquer encontro dos inimigos outrossim requereu aos ditos oficiais da Câmara que era necessário sobre a fajã de São Lourenço para se vigiar daquela parte que lhe parecia necessário que eles pusessem dia para irem ver aonde mais acomodadamente pudesse ser a qual vigia seria perpetua no verão assim mais lhe parecia na Praia aonde os inimigos entraram outra haver vigia na Prainha e Touril quando fosse necessário para defensão da terra (…).” (Assentos da Câmara Municipal de Vila do Porto, 21 de agosto de 1599, Arquivo dos Açores, vol. XV, p. 329)
Aparentemente não tendo sido as providências para a defesa suficientes ou atempadas, a incursão de 1616 valeu, já no ano seguinte (1617) uma renovada advertência de Filipe III de Espanha (1598-1621) ao Capitão-mor Pedro Soares de Sousa (neto):
“(…) Por alguns avisos de que se pode fazer fundamento tenho entendido que de Argel tem saído duas esquadras de corsários que já apareceram nas costas deste reino de quantidade de navios com desejo de lançar gente em terra nos portos que houverem que podem empreender (…).
(…) pelo cuidado do que podem dar-me pareceu tornar-vos a advertir do que deles se tem entendido (…) e encomendar-vos que deis ordens para que em todos os lugares que estiverem expostos a ser cometidos se esteja com particular vigia e com a gente tão prevenida e armada que em caso que suceda ocasião se impeça de maneira a desembarcação a estes corsários que a não possam conseguir prevenindo para com mais força se lhes fazer toda a resistência que os lugares do dito sertão estejam em toda a boa ordem e avisados que hão de acudir nos casos repentinos e de necessidade, tanto que tiverem recado de qualquer acometimento destes piratas (…).” (Carta de Filipe III de Espanha ao Capitão-donatário (Pedro Soares de Sousa) sobre os Argelinos, em 6 de março de 1617, in GUEDES, 1996:Nota à p. 21. Grifo nosso.)
A memória da catástrofe de 1616 e as recomendações do soberano surtiram efeito, de tal modo a que, em 1618, tomavam-se as primeiras providências para a defesa:
“E sendo como dito é, aí foi presente o Senhor Capitão Pedro Soares de Sousa, e por ele foi dito e disse que ele fora com eles oficiais a ver os matos que roçavam e outros que era necessário tomar-se para segurança das mulheres e meninos e gado (…).” (Assentos da Câmara de Vila do Porto, 9 de junho de 1618, in “Arquivo dos Açores”, vol. XV, p. 343, apud GUEDES, 1996:Nota à p. 21)
GUEDES (1996), com relação à questão da autoria da traça desta fortificação na praia Formosa, afirma que é desconhecida, e aventa a possibilidade de se dever ao Sargento-mor Marco de Teive (sic), em visita a algumas ilhas do arquipélago na década de 1630, quando poderá ter visitado Santa Maria (Op. cit., p. 11). Recorde-se que, no contexto do Aviso das esquadras de Argel em 1617, por ordem régia, o capitão Marcos Fernandes de Teive visitou todas as ilhas do arquipélago em 1618 para projetar e ativar todas as fortificações necessárias, assim como para reorganizar as milícias (PEREIRA, 1987:129; REZENDES, 2010).
Os trabalhos de fortificação, entretanto, não terão progredido. Em 1624, Filipe IV de Espanha (1621-1665) outorgou a Brás Soares de Sousa (neto), em recompensa por serviços prestados no Norte de África, a Comenda da Ilha de Santa Maria da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, com o gozo dos seus proventos a partir de 24 de junho de 1623. Entretanto, tendo os recursos anteriores desta Comenda sido consumidos no Real Serviço, o soberano impunha a Brás Soares de Sousa a obrigação de doar, por cinco anos a partir de então, os rendimentos da dita Comenda para a fortificação que o soberano ia ordenar para a dita ilha. Nesse período não os poderia receber e cobraria ao Provedor da Fazenda das Ilhas Terceiras, que conservaria esses montantes em arca separada e fechada os recursos para se despender na obra da fortificação, por ordem do Conselho de Fazenda. Concluída esta no período aprazado, aquele rendimento deveria ser aplicado aos reparos das igrejas conforme o necessário, a ser estipulado pela Mesa da Consciência e Ordens ("Comenda de Santa Maria dada como recompensa de serviços a Braz Soares de Sousa em 1624", Carta de Filipe III de Portugal, 13 de julho de 1624, In Arquivo dos Açores, vol. XI, p. 308-310).
Duas décadas mais tarde (1638) a Câmara Municipal registava “(…) Uma fortificação nesta ilha, a qual começou e se não acabara.” (Assentos da Câmara de Vila do Porto, 2 de junho de 1638, Arquivo dos Açores, vol. XV, p. 346, apud GUEDES, 1996:Nota à p. 21)
Pouco depois, já no contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), dadas as dificuldades expostas pelas autoridades civis de Vila do Porto, a Coroa providenciou recursos monetários para a defesa da Praia Formosa através do Alvará da chamada “finta do barro”, em 1649:
“Eu El-Rei faço saber aos que este Alvará virem que havendo respeito ao que por parte do Juiz e Vereadores e Procurador da Câmara [Municipal] de Santa Maria se me representou acerca da necessidade que tem de reparos, munições e mais apréstimos e petrechos de guerra as fortalezas que no lugar da Praia da mesma ilha, se tem acrescentado pelos moradores e sargento mor de convir a meu serviço que nos dois baluartes e torreão [de] São João assista um bombardeiro pago para defender qualquer acometimento do inimigo (...).” (Translado do Alvará de imposição e tributo do barro (finta do barro), 1649, Arquivo dos Açores, vol. XV, p. 28)
Entretanto, mesmo com as fortificações em obras e o artilheiro nomeado, a questão da artilharia ainda se encontrava pendente em 1664:
“Em como por Aviso que houve de Sua Magestade que Deus Guarde no ano de [1]655 que os mouros vinham a esta ilha mandou por duas peças suas de artilharia com seus reparos no Castelo e fossa de Santo Amaro do lugar da Praia.” (Petição do Capitão Manuel Curvelo da Costa, Almoxarife de Sua Majestade ao Rei, 1664, Arquivo dos Açores, vol. XV, p. 319)
O Alvará Real de 6 de agosto (2 de julho?) de 1683 nomeou Vicente Pires Ferreira como Condestável uma vez que "(...) por faslecimento de seu pay Rodrigo Gonsalves Ferreira vagou a prassa de condestable do Castelo e reditos do Lugar da praya de Sam João da Ilha da Santa Maria (...) daqual vencera o soldo que elle [pai] lograva paguo na mesma forma e parte que o vensia e a este Alvará lhe mandara dar inteiro comprimento o Capitão mor desta Ilha de Santa Maria e os oficiais da Camara della (...)" (Livro 1.º do Tombo da Câmara Municipal da Vila do Porto, fls. 16 e 17; “(…) por onde sua Alteza que Deus guarde fez merce a Vicente Pires Ferreira de Condestável do Castelo e Redutos do lugar da Praia de S. João desta ilha de Santa Maria (…), translado de um Alvará Real para Vossa Alteza ver, por Despacho do Conselho da Guerra, de 2 de julho de 1683, Arquivo dos Açores, vol. XV, p. 61)
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) a estrutura encontra-se referida pelo brigadeiro António do Couto de Castelo Branco na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710" como "O Forte (...) , da Praya, e os dous Redutos." (Arquivo dos Açores, vol. IV, 1882, p. 180)
Poucos anos mais tarde, o padre António Cordeiro, ao descrever as defesas da ilha, referiu o Castelo da Praia:
"A defeza desta Villa, & de toda a Ilha, era de antes pouca, sendo que tem huma legoa de pòstos [portos] por onde podia ser entrada, & o foy então tres vezes, de Mouros, Inglezes, & Franceses; mas depois se lhe fizeraõ no Castello da praya dous Fortes com quatorze peças, & adiante hum Forte com algumas; na Villa dous Fortes com sua artelharia; o que tudo naõ só manda o Governador, & Capitaõ Donatario, (...) mas immediatamente hum Capitão de artelharia com trinta Artilheiros, além do Capitão mor, officiaes, & gente da ordenança; que quando pelas mais partes da Ilha, he por natureza inconquistavel, havendo alguem que das rochas só com pedras a defenda." (CORDEIRO, 1981:Livro IV, cap. IV, p. 144)
Reportando a estatística da ilha para o ano de 1814, o capitão engenheiro Francisco Borges da Silva, informou:
"Despeza / Despeza Real / 1.º Folha Militar / Ao Condestavel do castello de S. João Baptista do Logar da Praia, 2 moios de trigo, pagos a dinheiro do rendimento da finta do barro, por 28$800." (Notas e Estatistica da Ilha de Santa Maria, pelo Engenheiro Francisco Borges da Silva nos principios do seculo XIX. Revista Micaelense, ano 2.º, S. Miguel, julho de 1919, n.º 3, p. 290).
E observou:
"A finta do Barro fica na Ilha, é mettida em caixa para d'alli se pagar ao Condestavel e manutenir o Castello de S. João Baptista." (Op. cit., p. 291)
O tenente-coronel do Real Corpo de Engenheiros, José Carlos de Figueiredo, assim referiu o local e a sua fortificação em 1815: "(…) a Bahia da Praia com um grande areal d'areia branca, vaza ali a ribeira dos Gatos e a da Praia que tem os quatro moinhos, e tem três castellos de que já se fez menção." (Op. cit., p. 222. Na realidade até este ponto da “Descrição”, não fizera essa menção.) E sobre a artilharia deu conta:
"O Castello de S. João Baptista no dito sitio da Praia com sete peças a saber duas de bronze de calibre doze e uma de ferro de calibre vinte e quatro, e tres de ferro de sete, mas todas muito arruinadas." (Op. cit., p. 233. Na realidade esse cômputo indica 6 peças) Essa informação é corroborada no essencial pelo capitão engenheiro Francisco Borges da Silva, na relação "(...) Baterias que há no perímetro da Ilha (...)" em 1816, onde se refere: "Castelo de S. João Baptista da Praia, com duas peças de bronze calibre 12, uma de ferro de 24 e mais quatro incapazes." ("Estatística da Ilha de Santa Maria da Capitania das Ilhas dos Açores anno 1819". In TORRES, José de. Variedades Açorianas (man. BPARPD), vol. X, fl. 186v.)
Encontra-se assinalado na "Carta militar e topo-hydrographica da Ilha de S.ta Maria levantada em 1822 e dezenhada em 1824 pelo Tenente-Coronel Engenheiro Jozé Carlos de Figueiredo" (GEAEM 1131/3-44-4).
Em meados do século, a "Corografia Insulana" a seu respeito registou que a uma légua da ponta do Marvão encontrava-se "(...) a baía [que] se chama a da Praia, que se faz dentro de uma grande enseada ou angra muito arriscada a [a] invasão dos inimigos (...)." E sobre este forte, prossegue:
"(...) No meio da dita praia está um castello com as suas casas, duas peças de bronze e quatro de ferro. sendo este o logar mais bem fortificado que tem a ilha por ser duas vezes invadida pelos moiros e franceses, por cujo respeito se lhe faz a artilharia mais grossa e um condestável pago com residência pessoal que é Rodrigo Gonçalves, com mais 8 bombardeiros (...)." (“Corografia Insulana”. In TORRES, José de. Variedades Açorianas (man. BPARPD), vol. VII, fls. 1-5v.)
O "Relatório" de 13 de junho de 1846 da 10.ª Divisão Militar (Açores) considera que a baía do "(...) local da Praya (...)" era um ponto estratégico a ser defendido, justificando a reparação do forte, a ser artilhado com 3 caronadas do calibre 9, as 2 peças de bronze do calibre 4 já existentes e peças de ferro do calibre 3 a serem transferidas do Forte de São Brás de Vila do Porto, em lugar das então existentes: 1 de ferro de grosso calibre e 5 também de ferro, de menor calibre, todas incapazes de serviço (NORONHA, António Homem da Costa. "Sobre as fortificações existentes na ilha de Santa Maria". In TORRES, José de. Variedades Açorianas (man. BPARPD), vol. XI, fls. 66-69). A sua estrutura é descrita como: "(...) Tem um parapeito e à sua esquerda um torrião com uma casa de guarda em ruínas e à direita um pequeno quartel d'alto e baixo também a precisar de obras, um armazém para o material de guerra (...)", e aponta uma verba nunca inferior a 600$000 reis para execução dos reparos necessários (Op. cit.).
A "Relação" do marechal de campo Júlio José Fernandes Basto, 1.º barão de Basto, comandante da 10.ª Divisão Militar (Açores), em 1862 informou: "Tem um quartel alto e uma cozinha" e que se encontrava arruinado (Op. cit., p. 269).
O "Relatório" do Coronel Mesquita (1864) indica-o no lugar da Praia, sem maiores informações (MESQUITA, 1864, apud MARTINS. 2013:257).
Em 1920 o imóvel estava alugado a um particular pelo montante de 0,60 escudos por ano. Em 1921 foi determinado que essa renda fosse reajustada para, no mínimo, 8,00 escudos por ano. Em 1925 não foi autorizada a venda do imóvel, que havia sido requerida por Manuel de Barros (Nota n.º 7639-Q da Inspecção-Geral das Fortificações e Obras Militares, de 13 de outubro de 1925, In CD/MMA, cx. 15, FIA 264).
O seu tombo informa: "São ruínas do antigo forte de S. João Baptista, obra irregular de 15 canhoneiras. Tem dentro duas casas em ruínas, uma com a superfície de 45m² (P.M. n.º 38) e outra com superfície de 23m² (P.M. n.º 39). Tem um pequeno quintal com a superfície de 249m². As suas muralhas [fortificação] tem uma superfície de 433m²." Informa ainda que o imóvel foi passado para a Direcção de Finanças do Distrito de Ponta Delgada, através do auto de entrega de 24 de maio de 1941, estando-lhe atribuído um valor patrimonial de 341,00 escudos (CD/MMA, cx. 15, FIA 264).
Encontra-se relacionado por BAPTISTA DE LIMA (1982), que o indica "(...) com dois redutos."
Ao final do século XX ainda se viam duas das antigas peças de artilharia abandonadas por terra junto à estrutura em ruínas, hoje desaparecidas. A seu respeito, o periódico mariense informou:
“A Câmara Municipal de Vila do Porto vai proceder à retirada de 2 peças de fogo antigas que se encontram abandonadas junto ao Castelinho da Praia.
Uma vez recuperadas, estas peças deverão ser cedidas ao Museu de Santo Espírito para ali ficarem expostas à apreciação pública.” (“Peças de Fogo para o Museu de Santo Espírito”, O Baluarte de Santa Maria, ano VII, n.º 46, II Série, 1 de fevereiro de 1981, p. 3)
FERREIRA (1997) regista-lhe o estado de ruína, remontando-o ao século XVI, embora sem comprovação (Op. cit., p. 67).
À época, foi realizado estudo técnico detalhado para a consolidação e recuperação do conjunto (''Castelo de São João Baptista no lugar da praia da ilha de Santa Maria''. Angra do Heroísmo: Gabinete da Zona Classificada de Angra do Heroísmo, 1996. 22 p. mapas, plantas, fotos) que, atualmente em avançado estado de degradação, não se encontra classificado ou protegido.
O espaço do antigo forte foi utilizado como segundo palco (Palco Oportunidades - DRJ) na 23.ª edição do “Festival Maré de Agosto” em 2007 (“XXIII edição do Festival Maré de Agosto”, O Baluarte de Santa Maria, setembro de 2007, p. 11).
O mau tempo que atingiu as ilhas do Grupo Oriental entre 27 e 28 de setembro de 2011, com ventos de até 85 km/h, forte precipitação de chuvas e grandes ondulações, ("Mau tempo em São Miguel", Correio dos Açores, 28 de setembro de 2011, ano 91, n.º 269.342, pp. 2-3) levou à derrocada de parte da antiga estrutura, no lado voltado para a ribeira. Desde então, novos trechos da estrutura têm vindo a ruir pelas mesmas causas.
Os trabalhos de prospeção arqueológica
O espaço da antiga fortificação foi objeto de campanhas de prospeção arqueológica desde o ano de 2008, no âmbito do projeto EAMA ("Estudo da Arquitetura Moderna do Arquipélago dos Açores") desenvolvido pelo Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e Contemporânea (CEAM) da Universidade da Madeira (UMa), com o apoio da Direção Regional da Cultura e a colaboração da Câmara Municipal de Vila do Porto e da Associação Cultural Maré de Agosto. A equipe foi coordenada pelo arqueólogo madeirense Élvio Sousa, que referiu:
"Os estudos estão a ser executados pelo CEAM e estão direcionados para a área descoberta em Setembro [de 2009] que revelaram construções e materiais extremamente interessantes para a História da Ilha de Santa Maria e da arquitetura militar dos Açores." (HENRIQUES, Paula. “Uma equipa do CEAM está a trabalhar no Castelo de São João Baptista, em Santa Maria”, Diário de Notícias (Madeira), 11 de agosto de 2010)
A estrutura descoberta - um muro - encontrava-se adossada à torre, pelo exterior do setor sul das ruínas. De seu estudo, a equipe acredita que se possa recuar a cronologia do conjunto ao século XVI. Em sua segunda temporada (agosto de 2010), a equipe, integrada por um topógrafo, um paleobiólogo e um antropólogo da UMa, e por um historiador e um antropólogo dos Açores, (op. cit.) procedeu a trabalhos de levantamento topográfico com vistas ao levantamento tridimensional do forte (SOUSA, Élvio. “Trabalhos Arqueológicos no Castelo de São João Baptista”, O Baluarte de Santa Maria, ano XXXVII, II Série, n.º 400, 19 de outubro de 2010, p. 12) e à comparação entre a estrutura mais antiga e a mais recente.
Para o ano de 2011 foi prevista uma escavação integral de toda a área voltada a sul, após as sondagens e levantamento realizados até ao ano de 2010, (HENRIQUES, 2010) o que não se realizou. Esses trabalhos tiveram lugar entre 5 e 16 de agosto de 2012, com a “III Campanha Arqueológica do Castelo de São João Baptista”, sob a coordenação do arqueólogo Élvio Sousa, com o apoio do Centro de História de Além-Mar – centro de estudos interuniversitários da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Açores. As investigações deste profissional sugeriram que a estrutura em forma de torre remontaria ao século XVI, fase do povoamento da ilha, tendo-lhe sido acrescentada, posteriormente, no final do século XVI ou no início do XVII, possivelmente por determinação da Dinastia Filipina, uma muralha defensiva (BICUDO, Pedro. “À Descoberta de Santa maria: Escavações no Forte da Praia Formosa trazem missão arqueológica aos Açores”, O Baluarte de Santa Maria, ano XXXIX, II série, 2 de agosto de 2012, n.º 421-422, p. 21. Ver ainda: SOUSA, Élvio Duarte Martins. “Ilhas de Arqueologia. O Quotidiano e a Civilização Material na Madeira e nos Açores (Séculos XV-XVIII) Vol. I”, tese de Doutoramento em História, Especialização em História Regional e Local, apresentada à Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Departamento de História, in http://cham.fcsh.unl.pt/files/activities/2012_tese_elviosousa.pdf Consultado em 5 de outubro de 2012). Nesta temporada foram identificados os vestígios de uma muralha com 90 centímetros de largura que pertencia ao primitivo torreão, o que, para o arqueólogo, corrobora a hipótese do recuo da datação da primitiva estrutura ao século XVI (“Escavações arqueológicas ‘envelhecem’ mais de 100 anos o Castelo de S. João Baptista”, O Baluarte de Santa Maria, ano XXXIX, II Série, 25 de setembro de 2012, n.º 423. p. 9).
Características
Exemplar de arquitetura militar abaluartado, marítimo, de enquadramento rural, isolado.
Apresenta planta poligonal orgânica em alvenaria de pedra, dominado por uma torre de planta quadrada, dividida internamente em dois pavimentos.
A planta de autoria do Tenente-coronel Engenheiro Júnio Gualberto Bettencourt Rodrigues, datada de 17 de agosto de 1895, mostra uma edificação de planta quase retangular, com as dimensões aproximadas de 70 x 23m, com um pequeno baluarte no lado sudoeste (voltado ao mar), onde se rasgavam 3 canhoneiras (CD/MMA, cx. 15, FIA 264).
Posteriormente, a lista de prédios militares da Inspeção de Engenharia dos Açores (Secção dos Açores Orientais) datada de 28 de fevereiro de 1910, descreve-o como "(...) uma obra irregular, com 15 canhoneiras. Tem um pequeno quintal, um pequeno terreno, uma pequena casa de dois pavimentos e uma pequena casa térrea." (Op. cit.) Atribuía-se-lhe à época o valor patrimonial de 78$000 reis, com uma área fortificada de 403m² (P.M. n.º 15), um edifício de dois pavimentos de 45m² (P.M. n.º 38) e uma pequena casa térrea de 23 m² (P.M. n.º 39) (Op. cit.).
A planta de autoria do Tenente Azevedo, sem data, constitui-se numa cópia da de 1895.
A planta de autoria do Major Engenheiro Augusto César Supico, do início do século XX, apresenta uma estrutura semelhante às anteriores, mas com 13 canhoneiras rasgadas nos muros voltados ao mar.
Help
Fortification Visualization |
![]() |
![]() |
• On fortification’s view page there are fortification name, its location (City, State, Country, Continent) and all other available data about it.
• First, you will see a window with a main text that contains the fortification’s history and other information about its project and construction, its buildings, works and other interventions all over the years, information about armaments and troops, interventions of archaeology, information about legal protection, relevant historical facts associated to this fortification and other information you think it is important. • Below text window, there is the Medias box: Interactive Map, Videos, Images, panoramics and CAD Designs. Click on border of the Media you want to view available content miniatures. Below, in this Help text, you can read about navigating between every different medias. Click on miniature to view it full size. This media is viewed at the same window that previously had the main text. Medias Box – Interactive Map: o An Interactive Map shows the fortification’s localization visualized by a satellite image. It is not a static picture but a dynamic one, which works with a Google MAP technology. You can go next and go back through the map with it, zoom in and zoom out, and view satellite pictures. o Click on correspondent border in medias box and on the link “Click here to view the Interactive Map of this fortification’s localization". o The Interactive Map shows viewed fortification’s geographic coordinates (latitude and longitude). There are three navigation ways: Map, Satellite and Hybrid. Use navigation commands to navigate through the map, moving to any direction you want. Still, you are able to move through the map by dragging cursor with left mouse button, always pressing it. o Click on “Return to text” option to close the map and go back to main fortification text. Medias Box – Vídeos: o To open videos, click on the correspondent border in medias box in order to load the miniatures with available files about this fortification. Use horizontal roll bar to show all available videos. o Click on video miniatures you want in order to load available information about it – they are showed at the same window which previously had the main text. o At the view window there are: video title, your identification number (ID), a description about its content, video credits, date of realization and user name who registered the file – can be fortification’s tutor or other contributor user (see below information about “Contributions” item). Click on contributor’s name to access available information about this user. o Beside these information, there is a frame icon with the file size (Kb). Click on frame icon to open and watch it. o On the base of the visualization’s window, you can access other available videos with Previous and Next commands. Between the two commands there are the total of available videos and the number of the video that you are watching. o Click on “Return to text” option in order to close the visualization window of videos and to go back to fortification main text. • Medias Box - Images: o To open Images (pictures, old iconographies: plans and maps), click on corresponding border in medias box, in order to load miniatures of available files about the fortification. Miniature images are the first to appear available in medias box when you access fortification page at the first time. Click on a miniature to visualize it bigger. The bigger image is visualized on the same window that was occupied by the main text. o When accessing images, first you will see only four miniatures, and beside, there is the number of available images about the fortification. o Click on Show All link to view the total of miniatures. o Use horizontal roll bar to show all available images and click on the miniature you want to load with its available information. o Click on Search link (Images border or miniatures box) to open a selective consult images form . o On Search Form for images it is possible to search for the identification number (ID); image classification category; key-word of image description; any word which is in image credits; the year of image realization, in this case, with the option of searching for a specific date or looking for images from before or after a specific date. o On visualization window, there are not only the image but: its title, its classification category, its identification number (ID), a description about its content, its realization date and credits, name of the user who registered it (publisher), can be fortification tutor or other contributor (see below information about “Contributions” item). Click on contributor’s name to access his available information. o Click on image, on visualization area, to open the original file on other window of your Web Browser, usually it is in a bigger size, with a better visualization. You can get the same result by clicking on " See image at original size" link. o Below visualization window, Previous and Next commands allow to access other available images. Between the two commands there are the total of available images and the number of the image that is being showed at the moment. o Click "Auto" to select this item option, going next automatically to an image from other. o Only for the users who are connected to fortalezas.org Website (logged in the restrict edition area), it is available an Edition option, with which the register Tutor can go straight to edition area in order to change registered data. o On top of page, the print icon opens a new window of your Web Browser, where you can print the page content that you are viewing. o Click on “Return to text” option and close the visualization window to go back to main text. • Medias Box - Panoramic: o To open Panoramic (photographic panorama in 360 degrees), click on corresponding border in medias box, in order to load miniatures of available files about the fortification. Use horizontal roll bar to show all Panoramic available. o Click on panoramic miniature wanted to load its available information which are at the same window previously busy by the main text. o On visualization window, there are not only the image but: its title, its classification category, its identification number (ID), a description about its content, its realization date and credits, name of the user who registered it (publisher), can be fortification tutor or other contributor (see below information about “Contributions” item). Click on contributor’s name to access his available information. Beside these information, there is a frame icon with the file size (KB). o Click on this frame to open it and see the panoramic. o Below visualization window, Previous and Next commands allow to access other available images. Between the two commands there are the total of available images and the number of the panoramic that is being showed at the moment. o Click on “Return to text” option and close the visualization window to go back to main text. • Medias Box – CAD Design: o To open CAD Design (DWG format of CAD file, as graphic survey registers, restoration projects etc), click on correspondent border in medias box, in order to load miniatures with available files about a fortification viewed. Use the horizontal roll bar to show all available CAD files. o Click on miniature wanted to load its available information which are at the same window previously busy by the main text. o On visualization window, there are: CAD Design title, its identification number (ID), a description about its content, design’s author credits, realization date, name of the user who registered it (publisher), can be fortification tutor or other contributor (see below information about “Contributions” item). Click on contributor’s name to access his available information. o Beside these information, there is a frame icon with the file size (KB). Click on frame icon to open and view the design (you must have Autocad installed in your computer or other software of DWG file visualization). o Below visualization window, Previous and Next commands allow to access other available designs. Between the two commands there are the total of available designs and the design number that is being showed at the moment. o Click on “Return to text” option and close the visualization window to go back to main text. • Below medias box, there are many inquiries with parameterized data about this fortification: Recent name, Other denominations, Type, Year of beginning etc. Parameterized data are those with which is possible to do researches on fortifications Search page. Researches can be done with each inquiry individually or by a combination of inquiries. • In “Project Author” and “Began in the governor of” is available a link to access the historical Character data listed there, forwarding to a section of fortalezas.org Website Characters. After this, use “Back” command and return to fortification visualization page. • Below parameterized data box there is an entitle box: Related Characters, where there are listed the name and the nationality (with an image) of historical characters related to the viewed fortification. Click on a name to view its information, forwarding to fortalezas.org Website Characters page. After this, use “Back” command and return to fortification visualization page. • Below related Characters box there is an entitled box: Related Bibliographies, where there are listed title, author and type (with an image) of those bibliographies related to the viewed fortification. Click on title to view its informations, forwarding to fortalezas.org Website Bibliographies page. After this, use “Back” Navigator command and return to fortification visualization page. • Below related Bibliographies box there is an entitled box: Related Links, where there are listed title, synopsis and websites (Links) internet address (URL) that are related to the viewed fortification. Click on link’s title or address forwarding to its website, that will be open in a new window. • Below Link box there is an entitled box: Related texts, where there are listed title, author and text summary posted in Forum section and which are related to the viewed fortification. Click on title to view its information, forwarding to fortalezas.org Website Characters page. After this, use “Back” command and return to fortification visualization page. • On top and base of page, the system informs the total results (registers), between parenthesis, and the number of the register that is being viewed. • On top and base of page, there are also available the commands to go Next and to go Back, from a text to other, between the results (registers) found in the previous search. • On top and base of page, it is available the “Listing” link to go back to the page with the other results (registers) found in the last research. • Below related texts box, there is a “Contributions” table, where there is Item Tutor’s name, who is responsible for fortification register. Below its name, there are listed other users name that contributed to tutor in edition, revision or adding information about this fortification. • Beside Tutor name you can see the date of the last update of fortification’s data. Beside Contributor name is the date when he last contributed. • Below “Medias” sub item there are listed users that contributed to Tutor, adding a media to this fortification: image, video, panoramic or CAD Design. Beside user name, the number between parentheses informs the quantity of media files added by this user. • Click on Tutor name or those names which are contributors in order to view their available information. • Only for the users who are connected to fortalezas.org Website (logged in the restrict edition area), it is available an Edition option, which the register Tutor can change registered contents, and others users can contribute with an additional information about this fortification. • On top of page, the print icon opens a new window of your Web Browser, where it can be print all fortification content that you are viewing. In this print will be listed medias data without their images. To print it, see below, Medias Box – Images item. |