A “Praça-forte de Almeida” localiza-se na vila, freguesia e concelho de mesmo nome, no distrito da Guarda, em Portugal.
O seu castelo medieval integrava a chamada Linha do Tejo, fronteira do reino em fins do século XIII, e tinha como função o povoamento e defesa das terras de Ribacôa.
Com a sua defesa remodelada à época da Guerra da Restauração (1640-1668) ao par da Praça-forte de Valença e da Praça-forte de Elvas é considerada a mais monumental das praças-fortes do país, e a principal fortificação da Beira a partir do século XVII. Confrontava-se com o Real Fuerte de la Concepción, no lado oposto da fronteira.
O nome de Almeida encontra-se inscrito no Arco do Triunfo em Paris, uma vez que Napoleão Bonaparte considerou a explosão do paiol e a tomada da praça-forte, em 1810, como uma das vitórias de "La Grande Armée".
História
Antecedentes
A ocupação humana de seu sítio terá tido origem na migração dos habitantes de um castro lusitano, localizado a norte do lugar do Enxido da Sarça, ocupado em 81 a.C. pelos Romanos, e depois pelos povos bárbaros. À época da ocupação Muçulmana, este denominaram-na “Al-Mêda” (a Mesa), “Talmayda” ou “Almeydan”, tendo construído um pequeno castelo.
O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a povoação e seu castelo foram conquistados em 1039 por forças sob o comando de Fernando I de Leão (1037-1065), reconquistadas pelos Muçulmanos e, no reinado de Sancho I de Portugal (1185-1211) por forças portuguesas sob o comando de D. Paio Guterres, o "Almeidão" (1190), após o que voltou a ser disputada por Leoneses, Muçulmanos e Portugueses. Em 1217 Almeida surge documentada pela primeira vez como vila leonesa, fazendo parte de um conjunto de povoações que protegiam a fronteira do rio Côa.
Dinis I de Portugal (1279-1325) procurou consolidar-lhe o povoamento, tendo-lhe outorgado carta de foral (8 de novembro 1296), na sequência do qual o seu castelo terá sido reedificado, à semelhança dos vizinhos Castelo de Alfaiates, Castelo Bom, Castelo Melhor, Castelo Mendo, Castelo Rodrigo, Castelo de Pinhel, Castelo do Sabugal e Castelo de Vilar Maior. É possível que date desse momento a edificação da cerca da vila. A sua posse definitiva para Portugal entretanto, só foi assegurada pelo Tratado de Alcanizes (1297).
Sob o reinado de Fernando I de Portugal (1367-1383), no contexto das Guerras Fernandinas (1369-1382), nova campanha de obras e ampliação da cerca teve lugar a partir de 1369. O monarca português pretendeu, a partir desta vila, assaltar Castela. Em consequência, em 1372 Henrique II de Castela, casado com D. Isabel, filha de D. Fernando, invadiu Portugal, vindo a ser celebrado um acordo entre os dois soberanos, pelo qual Almeida foi concedida a D. Henrique pelo prazo de três anos.
No contexto da crise de sucessão de 1383-1385, tendo a vila e o seu castelo tomado partido por Beatriz de Portugal (1383), foram conquistados pelas forças de João I de Portugal (1383-1433) em 1386.
Em 1407 a vila passou aos domínios da Coroa, devido a uma troca de terras entre João I de Portugal (1385-1433) e o alcaide. Ainda nesse século, em 1453 Afonso V de Portugal (1438-1481) doou Almeida a D. Pedro de Menezes.
Mais tarde, sob o reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521) a linha de muralhas foi duplicada. Uma carta do soberano, datada de 9 de setembro de 1508, incumbiu Mateus Fernandes (arquiteto do Mosteiro da Batalha) e o pedreiro Álvaro Pires de examinarem as obras, dadas de empreitada ao mestre-de-obras biscainho Francisco de Anzinho por 1$550. No mesmo ano, a 27 de outubro, o soberano mandou pagar ao pedreiro Martim Lourenço os dias que esteve em Almeida "a ver a obra que aí fez Francisco de Anzinho". A povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (“Livro das Fortalezas”, c. 1509) e recebeu o Foral Novo do soberano em 1510. Era seu alcaide, à época (1496-1512), o marquês de Vila Real. Em 1517 registou-se a demolição de casas na vila para a construção de um novo castelo. Para custear as obras nos muros e fortaleza de Almeida, foi lançada na comarca, no mesmo ano, um imposto de $100 por cabeça.
A Guerra da Restauração
No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), a povoação e seu antigo castelo foram revalorizadas por sua posição estratégica sobre a raia. Receberam a partir de então extensos trabalhos de modernização, com estruturas abaluartadas, que as transformaram em uma monumental Praça-forte. Os trabalhos iniciaram-se logo em janeiro de 1641 pelo primeiro Governador das Armas da Província da Beira, D. Álvaro de Abranches da Câmara, que mandou erigir uma fortificação moderna "com quatro ou cinco redutos, metendo dentro dela Igreja, & castelo". A direção das obras coube a João Saldanha e Sousa. Acredita-se que esta primeira obra não passasse de uma trincheira de campanha, rudimentar. Em novembro de 1641 o governo da província instalou-se em Almeida, que se transformará em uma praça de guerra.
Entre 1641 e 1643 o arquiteto David Álvares superintende as obras, "administrando os oficiais, pedreiros e mais trabalhadores e assistindo pessoalmente no trabalho das ditas fortificações" (ALVES, 2001:64); não recebendo soldo, pede a isenção da décima, o que lhe foi concedido. Desde 1642 Fernão Teles de Menezes decidira mandar "intrincheirar de pedra, & barro" a fortificação, mesmo ano em que João IV de Portugal (1640-1656) ordenou a Charles Lassart, engenheiro-mor do reino, para "desenhar e reconhecer as fortificações de Entre Douro e Minho e Beira". Entre 1642 e 1646 trabalhou nas obras de Almeida Fernão Teles Cotão.
Um despacho real datado de 28 de fevereiro de 1643 ordenou a Lassart que, à medida que fosse projetando as fortificações, deixasse um oficial para orientar as obras. O engenheiro militar francês Pierre Gilles de Saint-Paul prestou serviço na Beira, possivelmente dirigindo os trabalhos em Almeida.
No ano seguinte (1644) a fortaleza tinha a "cerca descortinada". A 9 de julho desse mesmo ano, o soberano ordenou que se pagasse ao engenheiro Pierre Gilles os dez meses de vencimento em atraso. De acordo com João Salgado de Araújo, encontrava-se em execução a "fortificação real", "em que se vay obrando, està johe inexpugnauel, & o ficara muito mais feito sete reductos que sua Magestade manda". Trabalhava nas obras o capitão Francisco Gomes Chacon.
O Governo das Armas da Província da Beira foi confiado a D. Fernando de Mascarenhas, conde de Serém (26 de fevereiro de 1645). Nesse mesmo ano as forças espanholas tentam atacar a vila, sem sucesso.
Pierre Gilles foi substituído na direção da obra pelo tenente-general Rodrigo Soares Pantoja (1646). Nesse mesmo ano o governador das Armas da Província mandou ativar os trabalhos, reduzindo as dimensões do recinto inicialmente projetado. No ano seguinte (1647) trabalhava nas obras o sargento-mor Agostinho de Andrade Freire.
Dez anos mais tarde (1657) D. Rodrigo de Castro, governador do Partido de Almeida, incrementou as obras da fortificação, fazendo ou mandando fazer grandes modificações no seu traçado e perfil.
Na abóbada do trânsito da porta magistral de Santa Cruz encontra-se inscrita a data de 1661. Neste momento, de acordo com o conde de Mesquitela, a praça ainda não estava toda cercada, sendo possível entrar na vila por vários sítios, e não tinha fosso.
Em 2 de julho de 1663 teve lugar um importante confronto com os espanhóis, que são derrotados. Há uma referência a uma porta "que chamavam do Barro", possivelmente a atual porta da Cruz. No mesmo ano, a 11 de setembro, a província da Beira foi dividida em duas, devido à sua extensa fronteira. A região de Almeida ficou a cargo de Pedro Jacques e Magalhães, Mestre de Campo General da Província que se estabeleceu na vila.
Uma planta espanhola de Almeida, datada de 1664, retrata o reparo abaluartado com cinco baluartes mas que parece não cercar completamente a praça. No ano seguinte (1665), a obra foi adjudicada aos empreiteiros António Francisco Maio e Domingos Vaz Heredes, e trespassada (1667) a João Gonçalves e a Manuel Fernandes.
Tendo a paz sido assinada em 13 de fevereiro de 1668, os trabalhos na praça prosseguiram. Em algum momento nesta segunda metade do século XVII as dependências do antigo castelo foram adaptadas a armazém de pólvora.
1674 é a data inscrita na parede lateral esquerda, junto à face exterior, da porta magistral de Santo António, possivelmente assinalando o início da sua construção; 1676 é a data inscrita na abóbada da porta magistral de Santo António e no trânsito da porta do revelim da Cruz. Pouco depois, regista-se a demolição da Capela da Vera Cruz "para no lugar dela passarem as muralhas" (1680).
Em 1695 a explosão do depósito de pólvora no castelo causou a morte de cerca de 40 pessoas e extensos danos nas casas e fortificação. Como consequência procedeu-se a reconstrução e redefinição de diversos elementos na fortificação. 1695 é ainda a data inscrita no trânsito da porta magistral de Santo António.
O século XVIII
No início do século XVIII trabalhava nas obras Jerónimo Velho de Azevedo, auxiliado pelo filho António Velho de Azevedo.
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) Almeida serviu como local de aquartelamento de tropas e base das operações da Beira, registando-se em maio de 1704 a invasão de Portugal por tropas franco-espanholas.
Em 1728 registou-se a conclusão da abóbada do troço curvo do trânsito da porta magistral da Cruz.
Em 1736 ocorreu uma nova explosão, desta vez num armazém do baluarte de São Pedro. Data deste mesmo ano a representação do revelim doble no plano da fortaleza.
Após 1736 procede-se o alargamento do 2.º compartimento da porta do revelim das portas de Santo António. Entre 1737 e 1738 as obras na praça foram dirigidas pelo Engenheiro-mor do reino Manuel de Azevedo Fortes, assistido pelos engenheiros José Fernandes Pinto Alpoim e Jacinto Lopes da Costa. Fortes propôs a construção das seguintes estruturas:
• Cavaleiro sobre o baluarte de São João de Deus;
• Uma conserva à frente do revelim dos Amores;
• Um "tenalham" frente à cortina entre os baluartes de São Pedro e de Santo António;
• Cofres para defesa do fosso frente a todas as cortinas exceto da anterior e das portas;
• Um paiol junto ao castelo;
• Duas casernas à prova de bomba sob o terrapleno entre os baluartes de São Francisco e de Santa Bárbara;
• Divisão do revelim de Santo António em dois corpos separados por fosso e dotados de uma porta a seguir a este;
• Abertura de poternas nos baluartes de São Pedro, de São Francisco e cortina entre os baluartes de São João de Deus e de Santa Bárbara.
A maior parte destas obras propostas não foi executado. Ao que tudo indica apenas estavam concluídas as portas de São Francisco, e apesar de todos os revelins estarem iniciados só dois, possivelmente os das portas, estavam acessíveis.
Entre 1746 e 1747 procedeu-se a expropriação de terreno para implantação da fortaleza. Em 1747 a Praça-forte constituía-se numa estrela de 12 pontas, ou seja, um duplo hexágono, com seis baluartes e outros tantos revelins. Dispunha de casamatas à prova de bombas, onde se podiam acolher a guarnição e os civis durante os bombardeamentos, bem como paióis subterrâneos e um hospital de sangue, também devidamente protegido. Estava envolta por um fosso seco de 12 metros de largo, ao longo de um perímetro de 2,5 km. Estava artilhada com mais de uma centena de peças dos diversos calibres, e guarnecida por 5.000 homens.
O terramoto de 1 de novembro de 1755 provocou fendas em troços da muralha e ruína nos quartéis de infantaria.
No contexto da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), em março de 1762 a fortaleza já tinha a sua forma completa, embora ainda não estivessem concluídos os revelins, a esplanada e os parapeitos do reparo. No período de 20 de março a maio desse ano, as obras foram orientadas por João Alexandre de Charmont. Nelas trabalharam ainda os engenheiros João Victoire Aliron de Sabione, Luís de Alincourt, Vasco José Charpententier, Pedro Vicente Vidal e António Carlos Andreis. Entre os trabalhos então desenvolvidos registaram-se:
• Construção de uma conserva frente ao revelim de Santa Bárbara;
• Correção do perfil dos parapeitos do reparo, então muito baixos, eliminando-se a estrada da ronda;
• Construção de traveses nas cortinas entre os baluartes de São João de Deus e de Santa Bárbara, e de São Pedro e de Santo António e caminho coberto;
• Obras a cavaleiro no ângulo de flanco;
• Substituição da pedra do parapeito da estrada coberta, por terra, e construção parcial da sua paliçada.
Charmont deixou ao sucessor, António Carlos Andreis, uma lista de obras a executar, nomeadamente a construção de conservas nos restantes revelins, exceto os das portas e o doble; dos traveses em falta; da obra a cavaleiro sobre o baluarte de São João de Deus quando os subterrâneos estivessem concluídos; abertura das poternas, com capoeiras dirigidas para o ângulo das golas dos revelins ou uns flancos baixos. Foram ainda retificadas algumas obras, consideradas inconvenientes pelos engenheiros militares.
Nesse momento, um exército espanhol de 40.000 homens sob o comando de Nicolás de Carvajal y Lancaster, marquês de Sarriá, invadiu Portugal pela província de Trás-os-Montes (5 de maio de 1762), dando início à chamada “Guerra Fantástica”. Em junho de 1762 o marquês de Sarriá voltou a entrar em Portugal, agora à frente de uma força franco-espanhola, pela Beira. Nesse mesmo mês, em Almeida deu-se início à cobertura das casamatas do baluarte de São João de Deus, tendo Francisco Maclean sugerido que estas fossem feitas à prova de bomba; foi aberta ainda uma poterna. Em agosto já se encontrava em funcionamento a poterna do arsenal, e foram construídas plataformas de madeira e abertura de canhoneiras em alguns baluartes. O excessivo número de canhoneiras executadas punha em perigo a resistência do reparo, pelo que tiveram de ser fechadas em parte. Cercada, em 25 de agosto a praça capitulou. Pouco depois, a 3 novembro, ocorreu a assinatura da Paz de Fontainebleau, a que se seguiu, a 10 de fevereiro de 1763 a assinatura do Tratado de Paris, que colocou à Guerra dos Sete Anos. Como consequência, a 11 de abril a praça foi devolvida ao domínio português, nomeando-se marechal de campo Francisco Maclean. A 9 de maio de 1764 Friedrich Wilhelm Ernst zu Schaumburg-Lippe, conde de Lippe, examinou as baterias. Nesse mesmo ano foi efetuado um levantamento do estado da praça por Miguel Luís Jacob com os ajudantes Francisco João Roscio e Francisco Gomes de Lima.
Francisco Maclean obteve autorização real para se proceder a mais obras, incluindo latrinas para os soldados (30 de janeiro de 1766). No mesmo ano procedeu-se a elaboração do "Plano Geral das Obras Adicionais Necessárias à Defesa da Cidade de Almeida" pelo coronel Almeida Jacques Funck. Miguel Luís Jacob dirigiu as obras mas, apesar da insistência, algumas nunca foram feitas. Por volta de 1766 procedeu-se a construção do paiol sob o baluarte de São Pedro, substituindo o que existia sobre o terrapleno. No mesmo período tem lugar a construção do paiol no revelim de Santa Bárbara.
Em 1773 deu-se a substituição do marechal de Campo por Fernando da Costa Ataíde Theive.
1790 é a data inscrita na porta do revelim da Cruz. Nesse mesmo ano, data de 9 de março o "Extracto de apontamentos sobre o estado atual desta fortificação, dos Reparos e Obras novas de q. Necessita...", de autoria do engenheiro Anastácio António de Sousa Miranda, que dirigiu as obras até 1810. Os trabalhos tiveram a direção ainda de Matias José Dias Azedo, assistido por Joaquim Pedro Pinto de Sousa e José Feliciano de Gouveia.
Anos mais tarde, a 21 de novembro de 1796 foi solicitada a construção de uma bateria onde o inimigo a tinha feito em 1762.
1797 é a data inscrita sobre porta da poterna junto ao baluarte de São João de Deus e na janela do trânsito deste baluarte, assinalando a sua conclusão
Data ainda de finais do século XVIII a eliminação da conserva do revelim de Santa Bárbara.
O século XIX
1801 é a data inscrita sobre janela do compartimento do oficial do revelim da Cruz. Nesse mesmo ano a França declarou guerra a Portugal (28 de fevereiro), no que foi seguida pela sua aliada, a Espanha (2 de março). Nesse contexto, a defesa da Província da Beira foi confiada ao marquês de Alorna, estando a praça de Almeida governada pelo marechal de campo Gustavo Adolfo Hércules de Chermont, que acelerou a execução do complemento do plano apresentado em 1795 e 1796, e expressou urgência em erigir o cavaleiro sobre o baluarte São João de Deus. A invasão espanhola ocorreu pelo Alentejo. A paz foi celebrada com a Espanha a 6 de junho, e a 29 de setembro com a França.
Em dezembro de 1806 Napoleão Bonaparte decretou o Bloqueio Continental impondo à Europa o encerramento dos portos aos navios ingleses, a que Portugal não aderiu, e que teria como consequência a invasão do país por três vezes, na chamada Guerra Peninsular (1808-1814).
A 20 de novembro de 1807 teve início a 1.ª invasão francesa, sob o comando de Jean-Andoche Junot, cujas forças tomaram Almeida, sem resistência (13 de janeiro de 1808). Os franceses retiraram de Portugal em agosto de 1808. Foi nomeado governador de Almeida o coronel Francisco Bernardo da Costa.
Em fevereiro de 1809 registou-se o início da 2.ª invasão francesa sob o comandado de Nicolas Jean-de-Dieu Soult, não chegando Almeida a ser cercada.
No contexto da 3.ª invasão francesa Almeida sofreu assédio entre 15 e 28 de agosto de 1810 imposto pelas tropas napoleónicas.
Entre os defensores contavam-se elementos da população e uma guarnição militar com cerca de 4.700 homens, sob comando coronel William Cox, oficial britânico ao serviço do Exército Português, que desempenhava então as funções de comandante do Regimento de Infantaria 24 (RI 24). Como 2.º comandante da guarnição estava o Tenente-Rei (nome então usado para este cargo) coronel Francisco Bernardo da Costa e Almeida. Esses efectivos estavam assim constituídos:
• Regimento de Infantaria 24 – 1.200 homens
• Regimento de Milícias de Arganil – 1.000 homens
• Regimento de Milícias de Trancoso – 1.000 homens
• Regimento de Milícias da Guarda – 1.000 homens
• 3 baterias do Regimento de Artilharia 4 – 400 homens
• 1 esquadrão do Regimento de Cavalaria 11 – 61 homens
A artilharia da praça ascendia, na ocasião, a mais de 100 bocas-de-fogo, sendo 40 das quais dos calibres mais pesados (18 libras ou superiores).
A manobra de cerco foi executada pelas forças do VI Corpo Expedicionário, sob comando do marechal Michel Vasconcellos Ney. Esse efetivo ascendia a 14.000 homens de infantaria, 1.000 de cavalaria, 1.000 de artilharia, e dispunha de 100 bocas-de-fogo, 50 das quais eram artilharia de cerco.
No mesmo dia em que se travou o Combate do Côa (24 de julho de 1810), os franceses fizeram entregar uma carta ao governador da Praça-forte de Almeida, pela qual exigiam a entrega da mesma. Cox não aceitou e deixou claro que pretendia resistir o máximo de tempo possível. Almeida estava bem provida de munições de boca e de guerra. O duque de Wellington contava que essa praça resistisse pelo menos até meados de setembro, época do ano em que normalmente começam as chuvas na região, que deixavam as estradas intransitáveis. Aos franceses seriam assim criadas dificuldades adicionais para avançarem em direção a Lisboa e para se reabastecerem. Além disso, o tempo ganho era vital para a continuação dos trabalhos de preparação das Linhas de Torres. Por isso, Almeida tinha sido preparada, no que respeita a pólvora, munições e abastecimentos, para resistir muito tempo.
Entretanto, a quase totalidade da pólvora e munições estava armazenada nas dependências à prova de bomba do antigo castelo. À excepção de algumas covas ou cacifos húmidos que se situavam num dos baluartes, não havia outros armazéns para depósito da pólvora. Isto significava que teria de ser feito o transporte frequente dos barris de pólvora entre as dependências do castelo e os baluartes onde se encontrava a artilharia.
Os generais franceses escolheram o baluarte de São Pedro (na parte sudoeste da praça) como o que oferecia as melhores condições para o ataque. Desse modo, aguardaram até ao dia 15 de agosto a chegada, de Ciudad Rodrigo, do trem de cerco (artilharia pesada, ferramentas para os trabalhos de engenharia, munições e pólvora), dando início à construção de uma primeira paralela (trincheira) a cerca de 550 metros do baluarte de São Pedro. De Salamanca vieram milhares de sacos para encher de terra. A trincheira teria de ser formada em grande parte à custa destes materiais porque o solo, de natureza rochosa, era muito difícil de escavar. Enquanto isso, os defensores procuravam, com o fogo da artilharia, dificultar ao máximo a execução dos trabalhos de cerco. Os atacantes tentaram construir uma segunda paralela no dia 24 de agosto, mas o fogo pesado da artilharia da praça não lhes permitiu a realização desse trabalho. Só no dia 26 de agosto conseguiram terminar a instalação das bocas-de-fogo (11 baterias; mais de 50 bocas de fogo) ao longo da primeira paralela.
As baterias francesas abriram fogo às 6:00h do dia 26 de agosto. Ao longo desse dia foram disparadas 6.177 granadas de artilharia e consumidas à volta de 9 toneladas de pólvora. Cerca das 19:00h, uma granada francesa explodiu no pátio do castelo e provocou a ignição de um trilho de pólvora que um barril mal vedado, dos que andavam a ser transportados para os baluartes, tinha deixado entre o castelo e o baluarte para onde fora transportado. Um barril foi atingido pela combustão da pólvora e explodiu, transmitindo a explosão aos outros barris de pólvora e cartuchos de infantaria (cerca de um milhão) que se encontravam armazenados no castelo.
Nessa explosão morreram à volta de 500 homens (cerca de 200 eram artilheiros), e os danos materiais foram muito extensos. Quando se deu a explosão, grandes blocos de pedra foram projetados até às trincheiras francesas, tendo ferido e provocado a morte de alguns soldados. Algumas armas, das de maior calibre, foram empurradas das suas posições, com a força da explosão. Uma parte da povoação de Almeida desapareceu e o resto ficou muito danificado. Só seis casas mantiveram os seus telhados. Ainda existiam 4.000 homens para a defesa da praça mas apenas dispunham de trinta e nove barris de pólvora, umas centenas de projécteis de artilharia e cerca de 600.000 cartuchos para os mosquetes (150 tiros por homem). Apenas 200 artilheiros tinham sobrevivido à explosão. Era manifestamente insuficiente para manter os franceses longe das muralhas mas Cox resolveu prolongar a resistência, tanto quanto possível.
Às 9:00h do dia 27 de agosto, um enviado do marechal André Masséna foi até à praça para parlamentar com Cox e convencê-lo a render-se. Cox concordou em enviar uma delegação a encontrar-se com Masséna para saber as condições em que era concedida a capitulação. Entretanto alguns oficiais portugueses que faziam parte do estado-maior de Masséna – principalmente o general Marquês de Alorna e o general Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real - aproximaram-se das muralhas e conseguiram conversar com alguns oficiais e soldados. Aconselharam-nos a renderem-se argumentando que Wellington iria fazer com eles o mesmo que fizera com Ciudad Rodrigo (na ocasião, Wellington não socorrera aquela cidade porque, tendo um exército numericamente inferior ao dos franceses, não o quis arriscar numa batalha em campo aberto). O desânimo que se tinha apoderado de muitos após a explosão do paiol fez com que prestassem atenção aos oficiais de Masséna.
Para se reunirem com Masséna, foram escolhidos o major de Artilharia Fortunato José Barreiros e o capitão Pedro de Melo. O major Barreiros não quis regressar a Almeida. Pelo contrário, relatou aos franceses as dificuldades que a praça enfrentava. As condições que Cox propunha para a rendição não foram aceites por Masséna e, pelas 19:00h do dia 27, o bombardeamento francês recomeçou.
O Tenente-Rei Costa e Almeida, acompanhado por alguns oficiais portugueses, comunicaram ao governador, o coronel Cox, que consideravam que não existiam condições de resistência e que, por isso, deveria ser reunido um Conselho de Guerra para ser analisada a situação e estudar a proposta a enviar a Masséna. Cox não encontrou outra alternativa e o Conselho reuniu de imediato. Nessa mesma noite, de 27 para 28 de agosto, foi enviada a Masséna a proposta de rendição. Cerca das 23:00h foi anunciada a capitulação. A guarnição entregou a praça aos franceses, sob o comando do general Brenier, no dia 28.
Masséna garantiu, nos termos da rendição, que as tropas regulares seriam enviadas para a França como prisioneiros de guerra e os militares dos três regimentos de milícias seriam autorizados a regressar a casa após assumirem o compromisso de não voltarem a prestar serviço militar durante a guerra. A guarnição saiu da praça no dia 28 de manhã e o acordo de capitulação foi imediatamente violado: Masséna encarregou o marquês de Alorna e o general Pamplona de aliciar os homens para entrarem ao serviço de França. Aos oficiais foi prometido manterem o seu posto. Quase todas as tropas regulares e cerca de 600 milicianos concordaram em alistar-se. Desse modo, Alorna conseguiu organizar uma brigada com três batalhões que tomou a designação de Segunda Legião Portuguesa. No entanto, a grande maioria desses homens, incluindo os oficiais, desertaram nos três dias seguintes, por vezes em grupos de 200 a 300. Os poucos que os franceses conseguiram manter presos foram enviados para França juntamente com Cox e alguns oficiais que tinham recusado as ofertas de Alorna.
Para Wellington estas deserções foram motivo de preocupação porque ficou com dúvidas sobre o carácter desses oficiais e soldados que tão facilmente tinham mudado de campo. Uma proclamação da Regência, no entanto, veio a admiti-los nos seus anteriores lugares no Exército. Quanto aos oficiais que pressionaram Cox a capitular e ao major Barreiros que desertou, os seus nomes foram juntos aos que serviam no estado-maior de Masséna durante esta campanha, na acusação que foi apresentada à chamada Junta de Inconfidência. Todos foram considerados culpados de traição e condenados à morte a 22 de dezembro de 1810. Só dois daqueles oficias foram capturados e executados: João de Mascarenhas, ajudante de campo de Alorna, e Costa e Almeida, o Tenente-Rei da praça.
Durante o cerco, a guarnição perdeu cerca de 600 homens, a maior parte durante a explosão dos paióis. Os franceses tiveram 58 mortos e 320 feridos, alguns atingidos por pedras durante aquela explosão. Para Masséna estava aberto o caminho para Lisboa. No entanto, dentro de um mês, teve de enfrentar o exército de Wellington na Batalha do Buçaco (27 de setembro de 1810).
A 7 de abril de 1811 as forças luso-britânicas sob o comando de Wellington investiram sobre Almeida. Por não poder socorrê-la, Masséna deu ordens à guarnição para que retirasse, destruindo atrás de si o máximo da fortificação. A 10 de maio as forças francesas retiraram pela poterna do baluarte de São João, provocando extensos danos ao reparo da fortificação. Almeida foi reocupada pelos aliados e, em 1812 iniciaram-se obras de renovação das suas defesas.
Data de 7 de junho de 1813 uma ordem ao coronel Pedro Folque para fazer o projeto das pontes dormentes.
Com o fim do conflito (1814), Beresford propõs ao então Ministro da Guerra o desmantelamento da praça-forte e a remoção de grande parte da sua artilharia (1815). Em 1817 Beresford mandou parar as obras e ordenou que se minasse a fortificação (3 de março). Em outubro teve início a colocação de minas, contra a vontade do governador.
Em 1819 o governador ordenou aterrar o recinto do castelo para o transformar em passeio ou alameda.
Em 1824 Almeida foi considerada como "um posto forte de campanha", por apenas oferecer uma defesa momentânea.
Com a eclosão da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), a Câmara Municipal tomou o partido de Miguel I de Portugal (1828-1834), mas a guarnição militar manteve-se fiel a D. Pedro, 16º duque de Bragança. Em junho de 1828 as tropas miguelistas cercaram Almeida, tendo a sua guarnição se rendido a 16 de julho seguinte. A guarnição miguelista de Almeida evacuou a praça em 18 de abril de 1834. Os acontecimentos se sucedem rapidamente: a 22 de abril ocorreu a assinatura do tratado da Quádrupla Aliança, entre Inglaterra, França, Espanha e Portugal, que se obrigavam a auxiliar-se mutuamente na defesa das instituições parlamentares liberais, e a 26 de maio teve lugar a assinatura da convenção de paz em Évora-Monte, partindo D. Miguel para o exílio. Tinha início a libertação dos presos políticos liberais detidos nas casamatas em Almeida, em número que chegou a ascender a 1500.
Em 1844, o insurreto Regimento de Infantaria de Torres Novas protegeu-se nas arruinadas fortificações de Almeida, sendo cercado e derrotado por alguns corpos de tropas nacionais.
Posteriormente, em 1853 o marechal duque de Saldanha, então comandante em chefe do Exército Português, nomeou uma comissão para examinar a fortificação de Almeida e decidir o seu futuro militar. A vistoria teve lugar no ano seguinte (1854), tendo a comissão referido em seu relatório que a considera uma das mais fortes do reino, talvez a mais forte, devendo ser recuperada. No mesmo ano foi feita a discriminação dos trabalhos mais necessários para esse fim.
Em 27 de agosto de 1887 Almeida voltou à categoria de praça de guerra de 1.ª classe e, no ano seguinte, tomou posse o novo governo da praça (7 de janeiro de 1888).
Em setembro de 1893, após vistoria à praça, sugeriu-se a sua destruição parcial, e a abertura de amplas passagens, para maior facilidade de acesso, e retirar-lhe o "caracter de fortificação defensável". No ano seguinte (1894) registou-se a saída da força de artilharia. Em 28 de junho de 1895 a Comissão Superior de Guerra ordenou a desclassificação da praça.
Do século XX aos nossos dias
No início do século XX procedeu-se o restabelecimento da ligação entre o revelim e a porta magistral da Cruz.
No contexto do golpe militar de Gomes da Costa, em outubro de 1926 partiu para Almeida um esquadrão de cavalaria com sede em Aveiro. No ano seguinte (1927), o Ministério da Guerra obrigou o esquadrão de cavalaria a recolher-se novamente a Aveiro (26 de janeiro), o que foi cumprido a 19 de fevereiro. Nesse ano a fortificação deixou, definitivamente, de exercer funções militares.
As “Muralhas do Castelo de Almeida” encontram-se classificadas como Monumento Nacional pelo Decreto n.º 14.985, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 28, de 3 de fevereiro de 1928. Posteriormente essa designação foi alterada para “Muralhas da Praça de Almeida”, pelo Decreto n.º 28.536, publicado no Diário do Governo, I Série, n.º 66, de 22 de março de 1938. A Zona Especial de Proteção (ZEP) foi definida por Portaria publicada no Diário do Governo, II Série, n.º 97, de 24 de abril de 1962.
A intervenção para recuperação e requalificação da antiga praça iniciou-se em 1938, por iniciativa da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), estendendo-se por diversas campanhas.
O ano de 1980 foi marcado pela construção da porta nova perto do baluarte São João de Deus, e a inauguração do museu histórico-militar na porta do revelim da Cruz.
Em 1992 foi instalado um Posto de Informação Turística na porta magistral da Cruz. Nesse ano, o imóvel foi afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR), pelo Decreto-lei n.º 106F/92, publicado no Diário da República, I Série A, n.º 126, de 1 de junho.
Em 1996 registou-se a instalação de um núcleo expositivo dedicado ao Regimento de Infantaria n.º 23, de espaço de atividades para os escuteiros e de sala multiusos na Casa da Guarda da porta magistral de Santo António.
Em 25 de agosto de 2002 teve lugar a inauguração do Centro de Estudos de Arquitetura Militar no revelim de Santo António.
Em 25 de agosto de 2007 teve lugar a inauguração da reconfiguração da Porta Nova. No mesmo ano, a 20 de dezembro, o imóvel foi afeto à Direção Regional da Cultura do Centro, pela Portaria n.º 1130/2007, publicada no Diário da República, II série, n.º 245.
Em agosto de 2009, no âmbito das comemorações anuais do cerco de Almeida em 1810, foi inaugurado um museu histórico-militar nas antigas casamatas, ocupando sete salas, cada uma dedicada a um tema, desde a pré-história, passando pela Guerra da Restauração, a Guerras Peninsular, a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), até à Primeira Guerra Mundial.
Atualmente o visitante pode usufruir como marco histórico-cultural, da fortificação tardo-medieval e moderna, com destaque para o Quartel das Esquadras, os alicerces do antigo castelo, a Pousada, a Casa da Roda e o edifício dos Paços do Concelho, e o antigo Quartel da Artilharia. No plano cultural, conta com o Museu Histórico-Militar de Almeida (baluarte de São João de Deus) e o Centro de Estudos de Arquitetura Militar (revelim de Santo António). Conta ainda com o Posto de Turismo, instalado na Porta Magistral da Cruz.
Características
Exemplar de arquitetura militar, abaluartado.
O castelo medieval apresenta planta retangular com quatro torres de planta circular. Ao abrigo de seus muros desenvolveu-se o núcleo medieval, cujo vestígio se vê na Porta do Sol, traçado que a Rua dos Combatentes acompanha e que define o antigo burgo. No recinto do castelo erguia-se ainda a primitiva Igreja Matriz. Após a explosão do Revelim do Paiol (1810), que arrasou grande parte da vila, este templo foi transferido para a Igreja do Convento de Nossa Senhora do Loreto - que apresenta um portal barroco - tomando o nome de Igreja de Nossa Senhora das Candeias, cuja procissão se realiza anualmente a 2 de fevereiro.
A fortificação abaluartada, em estilo Vauban, na cota de 763 m de altitude, apresenta planta no formato estrelado irregular, com seis baluartes intercalados por seis cortinas com revelins, num perímetro abaluartado que atinge 2.500 metros (650.000 m² de superfície). Nele destacam-se:
• Baluarte de São Pedro;
• Baluarte da Bandeira;
• Baluarte de Nossa Senhora das Brotas - também conhecido como Baluarte do Trem por ter abrigado o edifício do Trem de Artilharia, atual Picadeiro d’El-Rey, uma escola hípica;
• Baluarte de Santa Bárbara - também conhecido como Praça Alta por sua posição elevada, onde subsistem os vestígios da antiga Capela de Santa Bárbara;
• Baluarte de São João de Deus; e
• Baluarte de São Francisco.
São acessíveis pelos fossos:
• Revelim de São Francisco ou da Cruz;
• Revelim da Tasqueira ou da Brecha;
• Revelim de Santo António;
• Revelim de Santa Bárbara ou do Paiol;
• Revelim Doble; e
• Revelim dos Amores.
O acesso à Praça faz-se por duas portas duplas, acedidas por pontes de alvenaria, defendidas por revelins, abertas em túnel, com abóbadas à prova de bomba, encimadas pelas armas reais:
• Portas de Santo António ou Porta Magistral de Santo António, rasgadas a norte. O portal, construído em granito de grão mais fino, possui afinidades com o da Igreja da Misericórdia, podendo ser atribuído ao engenheiro Jerónimo Velho de Azevedo.
• Portas de São Francisco - também conhecidas como Portas da Cruz ou Porta Magistral da Cruz. De ordem toscana, com aparelho almofadado e perfurado, é o mais exuberante e monumental, sendo semelhante ao que surge representado na gravura do frontispício do tratado “Les Fortifications”, de Antoine de Ville (1596-1656).
Destacam-se ainda:
• Portas Falsas - dissimuladas, acedem galerias subterrâneas da fortificação, permitindo a ligação entre a Praça e os fossos.
• Quartel das Esquadras - erguido pelo conde de Lippe, serviu como o antigo Quartel de Infantaria. Apresenta um escudo com as armas reais e deveria servir como modelo para a construção de outros quartéis nas Praças-fortes portuguesas.
• Casamatas - espaços construídos à prova das bombas do século XVIII, ocupavam uma ampla área subterrânea, dividida em vinte salas e corredores.
Essas defesas são complementadas por canhoneiras, plataformas, e flancos de bastiões. As muralhas são revestidas de cantaria e cercadas por fossos (doze metros de profundidade com dez de largura mínima e sessenta e dois de máxima) e caminhos cobertos. Uma Praça de Armas, esplanadas, quartéis para tropas, paióis, depósitos e oficinas completam o conjunto monumental.
Bibliografia
ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu (vol. I), Viseu, 2001, p. 64.
Help
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